Ele foi um dos sócios mais ilustres de nossa entidade, da qual sempre será um dos presidentes de Honra
Velório e Cremação
Ricardo Rossi está sendo velado na manhã deste sábado, até as 12 horas, no Cemitério da Paz, no Morumbi, na Rua Doutor Luiz Migliano, 644, Jardim Vazani, em São Paulo, telefone: (11) 3742-8584. A cerimônia de cremação será no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, São Paulo, na rua Horto da Paz, 191. Telefone: (11) 4666-5067.
Ricardo Rossi com a esposa, Vera, e a taça do torneio anual em sua homenagem no São Paulo GC
O golfe mundial perdeu na noite desta sexta-feira, 9 de setembro, um de seus grandes “Senhores”, quando Ricardo Rossi, doente havia algum tempo, nos deixou, para entrar na história como um dos maiores golfistas que o Brasil já teve. Argentino de nascimento, Rossi adotou o Brasil como seu país na adolescência e foi um dos sócios mais ilustres da Associação Brasileira de Golfe Sênior, da qual é Presidente de Honra, tendo contribuído sobremaneira para o crescimento do golfe sênior e da ABGS.
“A ABGS perde um de seus maiores incentivadores, um golfista e amigo que foi fundamental na consolidação e crescimento de nossa entidade”, diz Claudio Kiryla, presidente da ABGS. “Ricardo Rossi é e sempre será um Presidente de Honra da ABGS, um homem cujo legado permanecerá para sempre como referência não só para os seniores, mas para todos os golfistas brasileiros e sul-americanos”.
Carreira – Ricardão, como o chamavam os amigos, começou a jogar golfe aos 5 anos, no tradicional Ranelagh Golf Club, da Argentina, onde seu avô, Enrique Martins Rossi, trabalhava como profissional. O pai de Ricardo, Amando Rossi, também tinha o golfe como profissão. Foi ele quem treinou o filho desde cedo, com objetivo de torná-lo um jogador fora de série.
Aos 14 anos, Ricardo já era handicap 2. Aos 15 anos, tinha handicap zero. Tornou-se profissional aos 17 anos e, um ano depois, venceu o seu primeiro torneio, o Aberto do Uruguai, tornando-se, na época, um dos profissionais mais jovens do mundo a vencer um torneio desse porte. Ricardo Rossi era conhecido não apenas por seu swing, considerado tecnicamente perfeito, e pela qualidade de seu jogo, mas também pela distância de seus drives.
Brasileiro por opção – A história de amor de Rossi com o Brasil começou em 1951, quando se apaixonou pelo país e decidiu se radicar como profissional do São Paulo Golf Club. Ele lembrava sempre aos amigos que eles eram brasileiros por acaso, por terem nascido aqui, ao contrário dele que era “brasileiro por escolha”.
Ricardo Rossi teve a honra de ser o primeiro brasileiro a passar o corte em um major, no Masters de 1953, quando terminou em 55º lugar. Ele também, disputou cinco British Opens, tendo como destaque o 17º lugar no torneio de 1956, em Hoylake. Em 1952, ficou em segundo lugar no Aberto do Brasil, perdendo o título para o lendário Sam Snead. Como profissional, Rossi disputou torneios em quase todos os países da América do Sul, além de Itália, Inglaterra, Escócia, África do Sul, Egito e Estados Unidos.
Mais conquistas – Em 1960, Rossi voltou a ser amador, vencendo mais de 120 torneios ao redor do mundo. Com ele na equipe, o Brasil viveu seu momento mais importante no Mundial de Golfe, a Troféu Eisenhower, em 1975, quando o país conquistou seu único pódio e medalha de bronze na competição, com Rossi jogando ao lado de Priscillo Diniz, Jaime Gonzalez e Rafael Navarro.
Rossi foi ainda três vezes campeão do Amador do Brasil em 1973, 1977 e 1978 e quatro vezes campeão da Los Andes, o Sul-americano de Golfe por Equipes. Foram duas vezes como jogador, em 1972, no São Paulo GC, com Jaime Gonzalez, Carlos Sozio e Douglas McFarlane, e em 1975, em Quito, no Equador, com Priscillo Diniz, Douglas McFarlane e Sergio Nogueira; e duas como capitão, em 1982, no São Paulo GC, e em 1988, em Montevidéu, no Uruguai.
Desiger – Rossi também foi um dos mais importantes arquitetos de campos de golfe do Brasil, tendo projetado e construído a segunda volta do campo de 18 buracos do Terras de São José Golf Club, em Itu (SP). Durante muitos anos ele foi presidente do Terras de São José até sofrer uma doença debilitante que o afastou de atividades profissionais, mas não do golfe, prestigiando os principais torneios do Brasil e os muitos feitos em sua homenagem, com a Copa Ricardo Rossi, para golfistas iniciantes e infantis, que o São Paulo organiza até hoje.
Em 2003, foi convidado por Anwar Damha para projetar e construir o Damha Golf Club, que realiza na próxima semana seu décimo Aberto. “O campo do Damha é minha obra-prima”, orgulhava-se Ricardo Rossi. “Coloquei no campo do Damha a experiência de toda uma vida toda jogando golfe pelo mundo inteiro”.