Entre todos os companheiros que nos deixaram, Kenji Oda é um exemplo a ser seguido
Neste Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, a diretoria da Associação Brasileira de Golfe Sênior (ABGS) homenageia todos os companheiros que já nos deixaram e que enquanto caminharam a nosso lado, nos agraciaram com sua companhia e amizade. Infelizmente são mais nomes do que gostaríamos de recordar, por isso decidimos personificar em apena um, que partiu recentemente, tudo aquilo que essas perdas representam.
Kenji Oda é daqueles homens difíceis de esquecer, tantos e tão profícuos foram a sua importância e ensinamentos. Nascido em janeiro de 1924, Oda veio morar no Brasil aos 4 anos, junto com a família, que imigrou do Japão. Adotou o Brasil como segunda pátria, até falecer em 11 de outubro de 2017, aos 93 anos, em Curitiba (PR).
Exemplo – Sócio do Clube Curitibano, Oda entrou para a ABGS assim que se tornou sênior, em 1980, e nos deu o prazer de sua companhia nos últimos 37 anos, assumindo uma importância para o golfe, em geral, e para a nossa entidade, em particular, com que poucos rivalizam.
Felizmente seus familiares encontraram em seus pertences, a seguinte autobiografia golfística, que reproduzimos abaixo da maneira mais fiel possível. Que descanse em paz e por nós seja eternamente lembrado.
Anotações sobre a vida de golfista
por Kenji Oda
‘O velho guerreiro não desaparece, dizem algumas citações, assim como o velho golfista, que também não desaparece’.
” Sinto-me muito honrado e sensibilizado em receber uma homenagem na comemoração do Centenário da nossa origem (Imigração Japonesa, comemorada em 2008).
A história do golfe da colônia do Paraná nasceu comigo, quando comecei a jogar no campo do Clube Curitibano, em Quatro Barras, então Paraná Golf Clube. Isso foi há 35 anos, em 1974, quando recebi as primeiras aulas do técnico Federico German, profissional do Clube Curitibano. Tive a honra de ser o primeiro homem da colônia japonesa a jogar golfe no Paraná, e também autor do primeiro hole-in-one do campo do Clube Curitibano.
Na minha vida de golfista tive grande número de amigos e companheiros, dentre eles o saudoso Yoshiaki Okita e Ary Herzog, fundador e primeiro Presidente da ABGS. Mas, sem dúvida, a companheira do cotidiano é a minha cara-metade. Fizemos muitas viagens pelo mundo jogando golfe, entre elas o Campeonato Mundial, em Colorado Spring, nos Estados Unidos.
O jogo de golfe me trouxe saúde e disposição na minha vida. [Eum excelente esporte, que não pergunta a idade.
Hoje a comunidade nipo-brasileira do Paraná conta com mais de 300 golfistas participando de todos os segmentos da atividade do golfe do Estado, e o Paraná tem 9 campos, 5 na Capital e 4 do interior. Tive o grande prazer de participar da construção dos percursos de Ponta Grossa, do Santa Mônica e do Royal, onde executei o layout dos campos.
O Centenário da Imigração Japonesa foi comemorado com toda comunidade. Assim realizou-se o torneio de Golfe grandioso jamais visto no Brasil, com 450 participantes. Este evento só foi possível pelos esforços de todos da Comissão Organizadora e a boa vontade dos clubes de golfe da Capital que cederam o uso do campo, bem como os patrocinadores que deram suporte econômico/financeiro.
O esforço e dedicação de todos os membros da Comissão Organizadora, sob o comando e Sakae Tamura, bem como a bondade de diretores dos clubes Alphaville, Curitibano, Graciosa, Las Palmas e também do Santa Monica, este , onde realizamos o encerramento.
A comunidade conta também com um torneio organizado pela Associação “DOKOKAI”, que se realiza seus torneios em campos da dapital e de Ponta Grossa, iniciado em 1974 e atualmente no seu 205º evento. Assim caminha o Golf Nipo-Brasileiro e também o VELHO GOLFISTA. “
(Transcrito dos Cadernos e Agendas de Anotações de Kenji Oda)